O mundo está conseguindo alcançar um grande
avanço científico e tecnológico. Temos um processo de globalização que gira em
torno do avanço das multinacionais, do poder das comunicações e da Revolução
Técnico - Científica que gira em torno do extraordinário desenvolvimento da
robótica, da informática e da biotecnologia.
A Globalização é um dos fenômenos mais decantados pelas sociedades contemporâneas: ter página na Internet, ligar-se simultaneamente com vários países, interagir com pessoas do mundo inteiro é sinônimo de ser moderno, avançado e, na verdadeira acepção da palavra ser global.
Mas a globalização não é um produto sem
erros de fabricação. Aí estão as lacunas que separam em distâncias longas os
ricos dos pobres e as nações desenvolvidas das mais atrasadas que estão aí a
solicitar empréstimos e ajuda humanitária. Um outro defeito do produto global é
o desemprego estrutural que é crescente mesmo com o desempenho favorável de
algumas economias. Postos de trabalho são eliminados e muitos indivíduos são
jogados ao terror da falta de emprego e de políticas que poderiam criar
alternativas ao trabalho dos cidadãos.
Dentro do processo de globalização o desemprego não é
privilégio apenas das nações pobres, pois se alastra em todos os países do
globo e desafia a todos os defensores do mundo globalizado que não tem a
fórmula correta para combater tal anomalia.
No
produto global a concretização do neoliberalismo que provocou a venda de
estatais a preço de banana e trouxe para a população serviços ineficazes que só
pensam no lucro imediato. Além de tudo isso verbas públicas são cortadas,
ganhos históricos dos trabalhadores são usurpados, tudo em nome de uma política
de encolhimento do Estado. Este mecanismo mal - sucedido nos EUA e na
Inglaterra agora se consolida vorazmente nos países da América Latina e revela
uma atitude de desrespeito ao social em nome do econômico.
Outro
fato a se lamentar no mundo global é o aprofundamento da dependência instalado
nos países que se vêem às tontas diante de qualquer efeito de crise no mundo
capitalista que provoca problemas generalizados através do efeito dominó. A
Integração das Economias vai se tornando uma integração de crises.
O mundo global deve ser questionado por aqueles que
propugnam por uma sociedade justa e igualitária. É preciso que a sociedade
levante os braços e se conscientize de seu papel diante de uma economia que se globaliza,
mas instala a pobreza e a fome para a grande maioria da população. Tal processo
resulta da atitude descompromissada de governantes ligados à globalização, mas
com total falta de compromisso com as demandas sociais de seus países.
É
preciso salientar que mesmo com todo o poder da mídia e avanço das
comunicações, ainda existem grupos culturais que resistem ao processo de
globalização, através da manutenção de costumes, religiões e da luta por
autonomia. Essas resistências na maioria dos casos são sufocadas de forma
violenta pelos detentores do poder político e econômico.
No
mundo globalizado outro elemento de vital importância é a Revolução Técnico -
Científica que tem modernizado as nações e tem exigido a qualificação dos
trabalhadores. Diante desta realidade um questionamento passa a surgir:
QUAL O FUTURO DOS PAÍSES ONDE O
ANALFABETISMO É CRESCENTE E GRITANTE? ONDE DEMANDAS SOCIAIS BÁSICAS SÃO NEGADAS
À POPULAÇÃO? ONDE GOVERNANTES USAM DO PODER PARA PERPETUAR A CORRUPÇÃO, O
NEPOTISMO E O INTERESSE DE UMA MINORIA PRIVILEGIADA?
Como
se vê a realidade do processo de globalização não é algo acabado que devemos
assimilar sem questionar, pelo contrário é um processo que exige análise
crítica e compromissada de todos aqueles que com ela convivem.
A
globalização tem sido questionada pelos grupos representativos da sociedade civil.
Várias manifestações contra esta onda que vem se alastrando e provocando vários
estragos tem acontecido atualmente, pois sabemos que vários questionamentos têm
surgido neste processo que não tem poupado as nações pobres nem tem melhorado o
padrão de vida das nações como um todo.
A
guerra de interesses das nações ricas não cessa e tenta utilizar discursos como
caça a terroristas e ditaduras como justificativa de impor seu poder em nome da
paz. O tempo e a verdade provam que tais discursos são apenas alegativas vãs
que encobrem o verdadeiro sentido de um processo de ingerência da morte em nome
do poder econômico do sistema imposto pela proposta monopolar.
Os
valores preconizados pela globalização devem ser questionados e o processo de
sua implementação deve sempre passar por uma investigação crítica da sociedade
em nome da dignidade e da solidariedade plena entre os povos, pois um mundo
novo é possível sem imposições de poder, nem ingerências a serviço da
desigualdade e da dependência. Afinal de que vale poder e capital sem amor,
dignidade, verdade e justiça?
SOUZA, Francisco Djacyr Silva de. Dilemas e incertezas da globalização. Disponívrl em: <http://www.pucrs.br/mj/artigo-17.php> . Acesso em 12 de junho de 2013.
Professor da Faculdade Integrada do Ceará, Fortaleza, CE.
Exercícios
1º)
Segundo o texto, atualmente, quais são
os elementos que promovem a globalização?
2º) explique a seguinte afirmativa presente
no texto: “A Globalização é um dos fenômenos mais decantados pelas sociedades
contemporâneas”.
3º)
No texto o autor cita o neoliberalismo como
um produto da globalização.
Defina os principais problemas criados pelo neoliberalismo?
4º) O Autor
menciona que a globalização deve
ser questionada. Que argumentos são utilizados para questionar a globalização?
5º) A palavra
“DILEMA” presente no título
do texto poder ser definida como: situação difícil, na qual
é preciso escolher entre duas alternativas contraditórias ou antagônicas ou
insatisfatória. Levando em conta a definição acima citada apresente o principal
dilema da globalização.
6º)
por que, segundo o texto, a
globalização não e algo acabado que
devemos assimilar sem reclamar?