quinta-feira, 29 de agosto de 2013

RESPOSTAS AO EXERCÍO DE HIDROGRAFIA – 3º A, B e C


 

1º - Como é composta uma bacia hidrográfica (bacia fluvial)?

A BACIA HIDRPGRÁFICA COMPREENDE O RIO PRINCIPAL SEUS AFLUENTES E TODA A REGIÃO DERENADA POR ELES.


 

2º - Quais são os principais atributos dos recursos hídricos brasileiros? Dentre os que podem ser aproveitados economicamente, qual está sendo mais bem utilizado pelo Brasil e qual é subutilizado? Justifique.

PETENCIAL HIDRELÉTRICO, NAVEGABILDADE, PERENIDADE (COM EXCESSÃO DE ALGUNS RIOS DO SEMIÁRIDO), DRENAGEM EXORREÍCA E REGIME PLUVIAL.


 

3º - Quais são as principais bacias hidrográficas brasileiras?


Amazônica, platina, Tocantins-Araguaia, Bacia do São Francisco,


 

4º - Qual bacia hidrográfica brasileira apresenta o maior potencial hidrelétrico, qual apresenta o maior aproveitamento hidrelétrico?

POTENCIAL – Amazônica

APROVEITAMENTO – Bacia do Paraná (PLATINA)


 

5º- De acordo com a lei Nº. 7.754 de 14 de abril de 1989 as áreas nas nascentes dos rios são consideradas de preservação permanente. Qual o nome que se dá a estas áreas? Em sua opinião, porque é importante a preservação da cobertura florestal nas nascentes dos rios? PARALELOGRAMA DE COBERTURA FLORESTAL. RESPOSTA PESSOAL, O IMPORTANTE É A FUNDAMENTAÇÃO DA RESPOSTA.


 

6º - A lei Nº. 7.754 de 14 de abril de 1989 já tem 18 anos, você acha que ela está sendo respeitada? Se você acha que sim cite exemplos concretos, mas, se você acha que não explique por quê? RESPOSTA PESSOAL, O IMPORTANTE É A FUNDAMENTAÇÃO DA RESPOSTA.


 

7º - Comentar um dos incisos do Art. 1º da lei 9.433, de oito de março de 1997. Cada grupo faz comentário sobre um dos incisos. (mínimo 15 linhas).

Ler como participação


 

8º - Quais são os objetivos da política nacional de recursos hídricos?


 

I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;

        II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;

        III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais


 

9 – No art. 2º da resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Nº. 303 de 20 de março de 2002 há uma série de definições. Quais delas estão diretamente associadas aos recursos hídricos?


Vereda: espaço brejoso ou encharcado, que contém nascentes ou cabeceiras de cursos d água.

- nascente ou olho d água


 

10º - O art. 3º incisos I, II e III da resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Nº. 303 de 20 de março de 2002 estabelece as áreas de preservação permanente ao longo dos principais recursos hídricos. Qual A importância do estabelecimento destas Áreas? Esta resolução está sendo respeitada?


EVITAR A EROSÃO E O CONSEQUENTE ASSOREAMENTO; AUMENTAR A INFILTRAÇÃO NO SOLO CONTRIBUINDO COM O CONTROLE HIDROLÓGICO DOS RIOS.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

TRABALHO SOBRE FONTES ENERGÉTICAS (2º A, B, C e D)


 

Forma de apresentação: Power point

Fonte de pesquisa: internet, revistas, livro didático.

Não utilizar textos grandes, use tópicos. Podem utilizar fotos, gravuras, animações.

Valor: 2,5 pontos sendo 1 extra. (A nota não será genérica todos os integrantes do grupo devem dominar o conteúdo pesquisado)


 

AS APRESENTAÇÕES PARA O 2º A, B E C TERÃO INÍCIO NA PRIMEIRA SAMANA DE AGOSTO.


 

O carvão Mineral – histórico, importância econômica, principais produtores mundiais, tipos de carvão mineral, o carvão mineral e o aquecimento global.


 

O petróleo – Histórico sobre utilização e extração, principais produtores, Geopolítica do petróleo, o petróleo e o aquecimento global, tipos de petróleo, esquema de funcionamento de uma plataforma de petróleo.


 

Energia nuclear – Histórico, principais características, principais países que utilizam energia nuclear, esquema de funcionamento de uma usina nuclear, principais riscos e impactos ambientais provocados pela energia nuclear.


 

Hidrelétrica - Principais países a utilizar a hidroeletricidade, principais impactos ambientais provocados pela construção de hidroelétricas, o Brasil e a hidroeletricidade, esquema de funcionamento de uma usina hidroelétrica.


 

Fontes alternativas: Energia eólica, solar, – histórico, principais países que utilizam estas tecnologias, esquema de funcionamento, as fontes alternativas e o aquecimento global. O hidrogênio como combustível: Vantagens/ desvantagens, tecnologias já disponíveis. (Em algumas turmas este tópico foi subdividido. Neste caso considere o que foi acordado em sala).


 

Edmar Alves da Cruz

Professor de geografia - EJORB


 


 


 


 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TÓPICOS - SLIDES REFERENTES ÀS TEORIAS DEMOGRÁFICA (2º- A,B,C e D)

TEORIA MALTHUSIANA
DEFENDIDA EM 1798 PELO ECONOMISTA E SACERDOTE ANGLICANO THOMAS ROBERT MALTHUS.
A POPULAÇÃO CRESCE EM RITMO DE PROGRESSÃO GEOMÉTRICA (PG), DOBRANDO A CADA 25 ANOS.
A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS CRESCE EM RITMO DE PROGRESSÃO ARITMÉTICA (PA)
PREVIA QUE EM UM FUTURO PRÓXIMO, FALTARIA ALIMENTOS E QUE O PLANETA ENTRARIA EM UM CAOS SOCIAL.
SOLUÇÃO: CONTROLE DE NATALIDADE DE FORMA NATURAL (ABSTINÊNCIA SEXUAL).
FALHAS COMETIDAS POR MALTHUS
COM A URBANIZAÇÃO A POPULAÇÃO REDUZ O NÚMERO DE FILHOS AUTOMATICAMENTE.
A ENTRADA DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO POR OPÇÃO OU NECESSIDADE
CASAMENTOS COM IDADES MAIS AVANÇADAS REDUZINDO O TEMPO NATURAL DE FERTILIDADE DA MULHER.
EVOLUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS.
EVOLUÇÃO NA AGRICULTURA AUMENTANDO A PRODUTIVIDADE.
TEORIA NEOMALTHUSIANA
DEFENDIDA POR UM GRUPO DE PAÍSES DESENVOLVIDOS NO PÓS SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.
A TEORIA AFIRMA QUE: O EXCESSO DE FILHOS CAUSA POBREZA.
O ALTO CRESCIMENTO VEGETATIVO CANALIZA MUITOS RECURSOS PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO DOS JOVENS, COMPROMETENDO OS INVESTIMENTOS NOS SETORES PRODUTIVOS E DIFICULTANDO O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS.
SOLUÇÃO: CONTROLE RÍGIDO E OFICIAIS DA NATALIDADE (PLANEJAMENTO FAMILIAR).
TEORIA REFORMISTA OU MARXISTA
DEFENDIDA POR PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS, CONTRAPÕE-SE À TEORIA ANTERIOR
A TEORIA AFIRMA QUE: É A POBRESA E A MISÉRIA QUE LEVA AO EXCESSO DE FILHOS
AS ELEVADAS TAXAS DE CRESCIMENTO VEGETATIVO SÃO CONSEQUÊNCIAS E NÃO CAUSA DO SUBDESENVOLVIMENTO
SOLUÇÃO: REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA E REFORMAS SOCIOECONÔMICAS
A PARTIR DA MELHORA NO PADRÃO E QUALIDADE DE VIDA A REDUÇÃO E O CONTROLE DE NATALIDADE SERÁ ESPONTÂNEO PELA POPULAÇÃO

TEORIA DO CICLO OU TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
A TEORIA SUSTENTA A IDÉIA DE QUE OS PAÍSES PASSAM POR ESTÁGIOS DE CRESCIMENTO.
TODOS OS PAÍSES UM DIA ATINGIRÃO O ÚLTIMO ESTÁGIO (EQUILÍBRIO DEMOGRÁFICO COM BAIXO CRESCIMENTO VEGETATIVO).

ESTÁGIOS DE CRESCIMENTO
1º ESTÁGIO – CRESCIMENTO BAIXO OU LENTO (TAXAS ALTAS DE NATALIDADE E MORTALIDADE)
2º ESTÁGIO – CRESCIMENTO ALTO OU ELEVADO (TAXAS DE NATALIDADE ALTAS E DE MORTALIDADE BAIXAS – EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA)
3º ESTÁGIO – CRESCIMENTO PARADO OU ESTAGNADO (BAIXAS TAXAS DE NATALIDADE E MORTALIDADE)
VARIAÇÃO DO CRESCIMENTO VEGETATIVO DO BRASIL
ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

ESTRUTURA POR IDADE E SEXO
IDOSOS – 60 ANOS OU MAIS
ADULTOS – 20 A 59 ANOS
JOVENS – 0 A 19 ANOS
OBS: QUANTO MAIOR FOR O PERCENTUAL DE JOVENS, MAIS POBRE SERÁ O PAÍS
EVOLUÇÃO DO BRASIL
NO BRASIL JÁ PREDOMINA ADULTOS, MAS AINDA É GRANDE O PERECENTUAL DE JOVENS (ELEVADOS GASTOS COM EDUCAÇÃO E SAÚDE)
COM O DECORRER DO TEMPO O PROCESSO SERÁ OPOSTO  - REDUÇÃO DE JOVENS E AUMENTO DE IDOSOS (MAIORES GASTOS COM APOSENTADORIAS)


segunda-feira, 22 de julho de 2013

HIDROGRAFIA 3º A , B e C ( 2013) - atividade N3


1. Introdução
O vapor d'água contido na atmosfera, ao condensar-se, precipita. Ao contato com a superfície, a água possui três caminhos: evapora, infiltra-se no solo ou escorre. Caso haja evaporação a água retorna à atmosfera na forma de vapor; a água que se infiltra e a que escorre, pela lei da gravidade, dirigem-se às depressões ou parte mais baixas do relevo - é justamente aí que surgem os lagos e os rios, que possuem como destino, ou nível de base, no Brasil, o oceano.
Principais conceitos de hidrografia
Rio pode ser definido como uma corrente de água permanente ou não, que leva o excesso das águas continentais superficiais até os oceanos, mares e lagos. (ALMEIDA e RIGOLIN, 2002, p. 112).
A fonte de alimentação é a maneira pela qual o rio recebe suas águas. Existem basicamente três tipos de alimentação: pluvial, nival ou glacial, e plúvio-nival.
Bacia hidrográfica – conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes.
Afluente – curso d'água, cujo volume ou descarga, contribui para aumentar outro no qual desemboca. Chama-se ainda de afluente o curso d'água que desemboca num lago ou numa lagoa.
Foz – boca de descarga de um rio. Este desaguamento pode ser feito no mar, num lago, numa lagoa, ou mesmo num outro rio. A forma da foz pode ser classificada em dois tipos: estuário ou delta.
    Estuário – é constituída por um longo canal de forma afunilada.
    Delta – quando se verifica o aparecimento da construção de uma série de ilhas, braços e canais. O aparecimento do delta só se torna possível quando se verifica a existência de uma série de condições como: grande quantidade de material sólido em suspensão, pouca profundidade na foz, ausência de fortes correntes marinhas, etc.
Rio Perene – curso de água cujo leito está sempre transportando água, ou seja, esse tipo de rio não seca nunca.
Rio Intermitente – rio temporário, que corre durante a época das chuvas. Como exemplo podemos citar os rios da zona do sertão nordestino. Estes rios, segundo o linguajar dos caboclos "cortam" na época da seca.Fonte: GUERRA, 1987.
"Mata ciliar: é o mesmo que mata de galeria, mata ripária ou ribeirinha. Esta mata encontra-se na margem de rios, riachos e córregos, beneficiando-se da disponibilidade de água e nutrientes que se acumulam nas margens. Da mesma forma, a mata ciliar beneficia o curso d'água que margeia, protegendo as margens contra erosão, evitando assoreamento. " (SCHUMACHER, 1997, p. 48
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CARACTERÍSTICAS DA HIDROGRAFIA BRASILEIRA

 
País de grande extensão territorial e boas condições de pluviosidade, o Brasil dispõe de uma vasta e rica rede fluvial, cujas características gerais são:
  •  Rios na maior parte de planalto, o que explica o enorme potencial hidráulico existente no país.
  •  Existência de importantes redes fluviais de planície e navegáveis como a Amazônica e Paraguaia.
  •  Rios, na maioria perene, embora existam também rios temporários no Sertão nordestino semi-árido.
  •  Drenagem essencialmente exorréica, isto é, voltada para o mar.
  •  Regime dos rios essencialmente pluvial, isto é, dependente das chuvas e, como o clima predominante é o tropical, a maioria dos rios tem cheias durante o verão e vazante no inverno.
2. Principais Bacias Hidrográficas do Brasil
Bacia Amazônica
Abrange na América do Sul uma área de cerca de 6,5 milhões de Km² (dos quais 4,7 milhões no Brasil), e é a maior do globo terrestre. Trata-se, na verdade, de um enorme "coletor" das chuvas que ocorrem na região de clima equatorial, na porção norte da América do Sul. Seus afluentes provêm tanto do hemisfério norte (oriundos do planalto das Guianas e que deságuam na sua margem esquerda), quanto do hemisfério sul (procedentes do planalto brasileiro e que deságuam na sua margem direita), fato esse que provoca duplo período de cheias em seu curso médio.
O Amazonas é um típico rio de planície, já que nos 3.165 km que percorre em território brasileiro sofre um desnível suave e progressivo, de apenas 82 metros, sem a ocorrência de quedas-d'água. Isto significa que é excelente para a navegação, podendo mesmo receber navios transatlânticos desde sua foz, onde se localiza a cidade de Belém, até Manaus (próximo ao local onde o rio Negro deságua no Amazonas, a cerca de 1.700 Km do litoral), ou navios oceânicos de porte médio até Iquitos (no Peru, a 3.700 Km da foz).
Bacia do Tocantins-Araguaia
Tanto o Tocantins quanto o Araguaia são rios que nascem no Planalto Central. Destaca-se, no baixo Tocantins, a hidrelétrica de Tucuruí.
Bacia do São Francisco
O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, e deságua no Atlântico - entre Alagoas e Sergipe - depois de atravessar o sertão nordestino.
Bacia Platina
É formada por um conjunto de rios:
  • Rio Paraná: é o principal rio da bacia, com aproximadamente 4.025 Km; possui um grande potencial hidráulico
  • Rio Uruguai: nasce do encontro dos rios Canoas e Pelotas, percorre trechos de planalto em seu curso superior e de planície no inferior, onde é utilizado para navegação.
  • Rio Paraguai: é um típico rio de planície, atravessa o Pantanal Mato-grossense e é utilizado como hidrovia.
Bacias secundárias ou agrupadas
As bacias secundárias são agrupamentos de rios que não têm ligação entre si; são, na verdade, agrupamentos de pequenas bacias. 

 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º São consideradas de preservação permanente, na forma da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, as florestas e demais formas de vegetação natural existentes nas nascentes dos rios.
Art. 2º Para os fins do disposto no artigo anterior, será constituída, nas nascentes dos rios, uma área em forma de paralelograma, denominada Paralelograma de Cobertura Florestal, na qual são vedadas a derrubada de árvores e qualquer forma de desmatamento.
§ 1º Na hipótese em que, antes da vigência desta Lei, tenha havido derrubada de árvores e desmatamento na área integrada no Paralelograma de Cobertura Florestal, deverá ser imediatamente efetuado o reflorestamento, com espécies vegetais nativas da região.

 
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço  saber  que   o    Congresso  Nacional decreta e eu sanciono  a  seguinte Lei:
TÍTULO I
DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS
        Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:
        I - a água é um bem de domínio público;
        II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
        III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
        IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
        V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
        VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
        I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
        II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
        III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
RESOLUÇÃO Nº 303, DE 20 DE MARÇO DE 2002
Considerando que as Áreas de Preservação Permanente e outros espaços territoriais especialmente protegidos, como instrumentos de relevante interesse ambiental, integram o desenvolvimento sustentável, objetivo das presentes e futuras gerações, resolve:
Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o estabelecimento de parâmetros, definições e limites referentes às Áreas de Preservação Permanente.
Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, são adotadas as seguintes definições:
I - nível mais alto: nível alcançado por ocasião da cheia sazonal do curso d`água perene ou intermitente;
II - nascente ou olho d`água: local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água subterrânea;
III - vereda: espaço brejoso ou encharcado, que contém nascentes ou cabeceiras de cursos d`água, onde há ocorrência de solos hidromórficos, caracterizado predominantemente por renques de buritis do brejo (Mauritia flexuosa) e outras formas de vegetação típica;

Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de:
a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros de largura;
b) cinqüenta metros, para o curso d`água com dez a cinqüenta metros de largura;
c) cem metros, para o curso d`água com cinqüenta a duzentos metros de largura;
d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a seiscentos metros de largura;
e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de seiscentos metros de largura;
II - ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte;
III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de:
a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas consolidadas;
b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros;
IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e encharcado;

Art. 4º O CONAMA estabelecerá, em Resolução específica, parâmetros das Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso de seu entorno.
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a Resolução CONAMA 004, de 18 de setembro de 1985.



 

Exercício
1º - Como é composta uma bacia hidrográfica (bacia fluvial)?

 
2º - Quais são os principais atributos dos recursos hídricos brasileiros? Dentre os que podem ser aproveitados economicamente, qual está sendo mais bem utilizado pelo Brasil e qual é subutilizado? Justifique.

 

 
3º - Qual bacia hidrográfica brasileira apresenta o maior potencial hidrelétrico, qual apresenta o maior aproveitamento hidrelétrico?

 
4º- De acordo com a lei Nº. 7.754 de 14 de abril de 1989 as áreas nas nascentes dos rios são consideradas de preservação permanente. Qual o nome que se dá a estas áreas? Porque é importante a preservação da cobertura florestal nas nascentes dos rios?

 
5º - A lei Nº. 7.754 de 14 de abril de 1989 já tem mais de 20 anos, você acha que ela está sendo respeitada? Se você acha que sim cite exemplos concretos, mas, se você acha que não explique por quê?

 
6º - Comentar um dos incisos do Art. 1º da lei 9.433, de oito de março de 1997. Cada grupo faz comentário sobre um dos incisos. (mínimo 15 linhas). observação:  A escolha  dos incisos obedece  o seguinte  critério:  alunos  com número de  chamada  até  20 comentam  o inciso I;  do número 21 e seguentes  o inciso  2)

 
7º - Tomando por base os objetivos da política nacional de recursos hídricos e o caso do descontrole hidrológico do rio Acre, proponha ações que ajudem alcançar os objetivos propostos.

 

 
08º - O art. 3º incisos I, II e III da resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) Nº. 303 de 20 de março de 2002, estabelece as áreas de preservação permanente ao longo dos principais recursos hídricos. Qual A importância do estabelecimento destas Áreas? Esta resolução está sendo respeitada?

 



 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dilemas e incertezas da Globalização


         O mundo está conseguindo alcançar um grande avanço científico e tecnológico. Temos um processo de globalização que gira em torno do avanço das multinacionais, do poder das comunicações e da Revolução Técnico - Científica que gira em torno do extraordinário desenvolvimento da robótica, da informática e da biotecnologia.

          A Globalização é um dos fenômenos mais decantados pelas sociedades contemporâneas: ter página na Internet, ligar-se simultaneamente com vários países, interagir com pessoas do mundo inteiro é sinônimo de ser moderno, avançado e, na verdadeira acepção da palavra ser global.
         Mas a globalização não é um produto sem erros de fabricação. Aí estão as lacunas que separam em distâncias longas os ricos dos pobres e as nações desenvolvidas das mais atrasadas que estão aí a solicitar empréstimos e ajuda humanitária. Um outro defeito do produto global é o desemprego estrutural que é crescente mesmo com o desempenho favorável de algumas economias. Postos de trabalho são eliminados e muitos indivíduos são jogados ao terror da falta de emprego e de políticas que poderiam criar alternativas ao trabalho dos cidadãos.
Dentro do processo de globalização o desemprego não é privilégio apenas das nações pobres, pois se alastra em todos os países do globo e desafia a todos os defensores do mundo globalizado que não tem a fórmula correta para combater tal anomalia.
     No produto global a concretização do neoliberalismo que provocou a venda de estatais a preço de banana e trouxe para a população serviços ineficazes que só pensam no lucro imediato. Além de tudo isso verbas públicas são cortadas, ganhos históricos dos trabalhadores são usurpados, tudo em nome de uma política de encolhimento do Estado. Este mecanismo mal - sucedido nos EUA e na Inglaterra agora se consolida vorazmente nos países da América Latina e revela uma atitude de desrespeito ao social em nome do econômico.
     Outro fato a se lamentar no mundo global é o aprofundamento da dependência instalado nos países que se vêem às tontas diante de qualquer efeito de crise no mundo capitalista que provoca problemas generalizados através do efeito dominó. A Integração das Economias vai se tornando uma integração de crises.
O mundo global deve ser questionado por aqueles que propugnam por uma sociedade justa e igualitária. É preciso que a sociedade levante os braços e se conscientize de seu papel diante de uma economia que se globaliza, mas instala a pobreza e a fome para a grande maioria da população. Tal processo resulta da atitude descompromissada de governantes ligados à globalização, mas com total falta de compromisso com as demandas sociais de seus países.
     É preciso salientar que mesmo com todo o poder da mídia e avanço das comunicações, ainda existem grupos culturais que resistem ao processo de globalização, através da manutenção de costumes, religiões e da luta por autonomia. Essas resistências na maioria dos casos são sufocadas de forma violenta pelos detentores do poder político e econômico.
     No mundo globalizado outro elemento de vital importância é a Revolução Técnico - Científica que tem modernizado as nações e tem exigido a qualificação dos trabalhadores. Diante desta realidade um questionamento passa a surgir:
         QUAL O FUTURO DOS PAÍSES ONDE O ANALFABETISMO É CRESCENTE E GRITANTE? ONDE DEMANDAS SOCIAIS BÁSICAS SÃO NEGADAS À POPULAÇÃO? ONDE GOVERNANTES USAM DO PODER PARA PERPETUAR A CORRUPÇÃO, O NEPOTISMO E O INTERESSE DE UMA MINORIA PRIVILEGIADA?
     Como se vê a realidade do processo de globalização não é algo acabado que devemos assimilar sem questionar, pelo contrário é um processo que exige análise crítica e compromissada de todos aqueles que com ela convivem.
A globalização tem sido questionada pelos grupos representativos da sociedade civil. Várias manifestações contra esta onda que vem se alastrando e provocando vários estragos tem acontecido atualmente, pois sabemos que vários questionamentos têm surgido neste processo que não tem poupado as nações pobres nem tem melhorado o padrão de vida das nações como um todo.
     A guerra de interesses das nações ricas não cessa e tenta utilizar discursos como caça a terroristas e ditaduras como justificativa de impor seu poder em nome da paz. O tempo e a verdade provam que tais discursos são apenas alegativas vãs que encobrem o verdadeiro sentido de um processo de ingerência da morte em nome do poder econômico do sistema imposto pela proposta monopolar.
     Os valores preconizados pela globalização devem ser questionados e o processo de sua implementação deve sempre passar por uma investigação crítica da sociedade em nome da dignidade e da solidariedade plena entre os povos, pois um mundo novo é possível sem imposições de poder, nem ingerências a serviço da desigualdade e da dependência. Afinal de que vale poder e capital sem amor, dignidade, verdade e justiça?

SOUZA, Francisco Djacyr Silva de. Dilemas e incertezas da globalização. Disponívrl em:
<http://www.pucrs.br/mj/artigo-17.php> . Acesso em  12 de junho de 2013.

Professor da Faculdade Integrada do Ceará, Fortaleza, CE.


Exercícios
1º)  Segundo o texto, atualmente, quais são  os elementos  que  promovem a globalização?
2º) explique a seguinte afirmativa presente no texto: “A Globalização é um dos fenômenos mais decantados pelas sociedades contemporâneas”.
3º)  No  texto o autor  cita o neoliberalismo  como  um produto  da globalização. Defina os principais problemas criados pelo neoliberalismo?
4º) O Autor  menciona que a globalização  deve ser questionada. Que argumentos são utilizados para questionar a globalização?
5º) A palavra  “DILEMA” presente  no  título  do texto  poder  ser definida como: situação difícil, na qual é preciso escolher entre duas alternativas contraditórias ou antagônicas ou insatisfatória. Levando em conta a definição acima citada apresente o principal dilema da globalização.

6º)  por que, segundo  o texto, a globalização  não e  algo acabado  que  devemos assimilar sem reclamar?   

domingo, 26 de maio de 2013

PERFIL PSICOLÓGICO DOS MOLESTADORES SEXUAIS


             Neste grupo de população prisional estão inseridos os internos  condenados  ou respondendo por  estupro (213 CP), atentado  violento ao pudor (214 CP), corrupção de menores (218 CP), tráfico internacional de  pessoa ( 231 CP), tráfico interno de pessoas  ( 231-A , CP). Este grupo representava, em números aproximados, 5% da população carcerária do Acre.  
             Dentro deste grupo 76% são condenados ou respondem pelo crime de estupro, 19% pelo crime de atentado violento ao pudor e 5%, aproximadamente, por corrupção de menores.
               Por apresentar o percentual mais elevado no grupo dos crimes contra os  costumes,   delinearemos, com  base  em   dados  bibliográficos, o perfil psicológico  do  abusador  sexual.  Neste aspecto, o primeiro mito a ser quebrado é  o de que existe um perfil físico ou comportamental expresso que permite identificar o abusador sexual.  Neste quesito autoridades policiais principalmente as que trabalham em delegacias especializadas, afirmam que o abusador pode ser uma pessoa rude ou educada, de posse financeira ou sem, em fim não é possível traçar  um perfil físico ou social do  abusador  sexual.
             Outro dado preocupante sobre este tipo de crime e que os abusadores sexuais, na maioria dos casos, são pessoas próximas a vitima: pais, padastros, tios, primos, “amigos” da família da vítima.   Além desta característica, a grande maioria das vítimas são crianças e adolescentes.
            Ao contrário do que imagina, os crimes sexuais não são praticados por impulso, um desejo incontrolável do autor, são, na sua grande maioria, meticulosamente planejados podendo demorar meses para alcançar a execução.
              No que se refere aos molestadores sexuais de crianças é  muito comum, principalmente em matérias jornalísticas, estes serem classificados como pedófilos. Entretanto, de acordo com cartilha elaborada pelo Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, a pedofilia tem como característica ser:



(...) um transtorno de personalidade caracterizado pelo desejo sexual por crianças pré-púberes, geralmente abaixo de 13 anos. Para que uma pessoa seja considerada pedófila, é preciso que exista um diagnóstico de um psiquiatra. Muitos casos de abuso e exploração sexual são cometidos por pessoas que não são acometidas por esse transtorno. O que caracteriza o crime não é a pedofilia, mas o ato de abusar ou explorar sexualmente uma criança ou um adolescente.


            Um grande número de pesquisadores, contrariando o senso comum, afirmam que, muitos casos de abuso sexuais contra crianças não são cometidos por pedófilos, afirmam se tratar de transtorno parafílico caracterizado por comportamentos sexuais que se desviam do que é geralmente aceito pelas convenções sociais, podendo englobar comportamentos muito diferentes e com diferentes graus de aceitabilidade social.
        Pesquisadores do núcleo de Psiquiatria e Psicologia Forense (Nufor) do  Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)  afirmam  ser  consenso  que
 Os portadores de pedofilia podem manter seus desejos em segredo durante toda a vida sem nunca compartilhá-los ou torná-los atos reais; pode casar-se com mulheres que já tenham filhos ou atuar em profissões que os mantenham com fácil acesso a crianças, mas raramente causam algum mal.

 Portanto, o traço distintivo do pedófilo comum para o pedófilo molestador é a passagem da fantasia para o real fato que acontece geralmente quando estes são submetidos a situações com elevado nível de estresse que provoquem grande pressão psíquica.
A observação do modus openrandi dos pedófilos permitem a classificação destes em dois grandes grupos: abusadores, mais discretos geralmente se utilizam de carícias, levando, em muitos casos, à vítima a acreditar que não sofreu abuso sexual; molestadores são mais invasivos e diretos e, na maioria das vezes, consumam o ato sexual contra a criança.
Outro aspecto psicológico muito comum em pedófilos é a psicopatia. Esta, quando presente, faz diminuir a afetividade e empatia o que provoca um maior grau de violência. O pedófilo com psicopatia pode provocar atos extremos de violência como, sadismo e brutalidades.
 No geral, os molestadores sexuais dificilmente modificam seus comportamentos sexuais, psicológicos e culturais. O modus operandi é repetitivo, mas tende a ser tornar maleável e dinâmico à medida que o infrator ganha experiência. O aspecto fantasioso leva-o a formulação de um ritual, caracterizado por comportamento que excede o necessário para a execução do crime sendo este abastecido pela fantasia erótica.
O estudo do perfil psicológico do abusador sexual no Brasil ainda é incipiente e os trabalhos científicos nesta área buscam base literária em obras internacionais. No entanto, os trabalhos existentes corroboram a necessidade de se traçar o perfil psicológico e social do agressor com vistas a produzir subsídios às políticas prisionais que visem o correto encaminhamento e tratamento, quando necessário, de indivíduos apenados por este tipo de delito.
Ademais, o avanço de estudos nesta área aliado a disseminação de informações à população, provavelmente, fará diminuir os números de casos de abusos sexuais, principalmente contra crianças, que permanecem distantes dos olhos do judiciário.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Justiça, 2012 – Sistema integrado de informações penitenciarias – INFOPEN. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/main.asp? View=%7BD574E9CE-3C7D-437A-A5B6-22166AD2E896%7D&Team=&params=it e mID=%7BC37B2AE9-4C68-4006-8B1624D28407509C%7D;&UIPartUID=%7B28 68 BA3C-1C72-4347-BE11 -A26F70F4CB26%7D >. Acesso em: 21 mai. 2013.

BRASIL, PROGRAMA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Campanha de Prevenção À Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes – Cartilha Educativa.Disponível  em: <http://portal.mj.gov.br/sedh/spdca/T/cartilha_cartilha_educativa_SEDH_1512.pdf.>. Acesso em 23 de maio de 2013.

SERAFIM, Antonio de Pádua, et al. Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças. Extraído de: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832009000300004>. acesso em 20 de maio de 2013.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense, 2001.




                                                                                         Edmar Alves da Cruz ¹

           
Marilena Chauí possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1965) Com especialização em Licenciatura pela Universidade de São Paulo (1965), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1967) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1971). Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia. Atuando principalmente nos seguintes temas: Imanência, liberdade, Necessidade, Servidão, Beatitude e Paixão. ²
   Na obra o que é ideologia, Marilena Chauí procura demonstrar a construção histórica e as leituras e releituras do conceito de ideologia no transcorrer da história.
 O ponto de partida é a antiguidade clássica e a teoria das quatro causas de Aristóteles.  Para Aristóteles todas as coisas estão em movimento, no sentido de mudança, em seus diversos aspectos: qualitativo, quantitativo, corrupção, locomoção.
 Na idade Média a teoria aristotélica das quatro causas é reinterpretada surgindo à causa material, causa formal, causa motriz e causa final. Um aspecto importante desta teoria tanto na idade média quanto na antiguidade clássica é a hierarquia estabelecida entre as causas.  A mais importante é a final e a menos importante e a motriz (responsável pela transformação da matéria).  Esta hierarquização, se levarmos em conta que tanto a sociedade grega quanto a medieval fundavam-se no trabalho de homens não livres, escravos e servos, respectivamente, demonstra o aspecto ideológico desta teoria.  
             Na idade moderna e com o advento do sistema capitalista a teoria das quatro causas é reduzida a apenas duas: a eficiente ou motriz e a final. Neste momento histórico, emergem o homem como síntese entre a “máquina” natural e uma vontade livre que age em função de fins livremente escolhidos.  “Neste contexto surgem dois atores de produção histórica o burguês e o trabalhador assalariado ambos, de acordo com o pensamento ideológico, livre”.
                Para Chauí, o positivismo de Augusto Conte dá a  ideologia dois  significados: atividade filosófica científica que estuda a formação das ideias a partir da observação das relações entre o corpo humano e o meio ambiente, tomando como ponto de partida as sensações; conjunto de ideias de uma época, tanto como “opinião geral” quanto no sentido de elaboração teórica dos pensadores dessa época. 
             Assim, para o positivismo o espírito humano possui três etapas de desenvolvimento: o Fetichista ou teológico, metafísico e científico.   Na ideia de progresso pregada pelo positivismo à sociedade deve ser guiada por teorias, estas devem submeter à prática a suas leis. Portanto, a política seria um exercício dos sábios e sua aplicação uma tarefa dos técnicos.   Mais uma vez emerge a ideologia.
             Para expor o conceito materialista dialético de ideologia, a autora descreve a “gênese” do pensamento marxista a partir da síntese da dialética idealista de Hegel.  Para Marx, Hegel revoluciona a história, pois considera que: A cultura é o real e o real não tem história é a própria história.  O Motor da história é a contradição (negação interna); O conhecimento da realidade exige que diferenciemos o modo como uma realidade aparece e o modo como é concretamente produzida. 
             Entre as ideias hegelianas conservadas por Marx em seu materialismo dialético destaca-se a de que a realidade é histórica e que por isso é reflexionante, ou seja, realiza a reflexão. Não obstante, Marx vai além afirma que a contradição (motor da história) não se dá no plano das ideias, espiritual, mas entre homens reais em condições históricas determinadas: a luta de classes.
             Outro conceito importante resgatado pelo pensamento Marxista e importante para o entendimento do conceito de ideologia e o de alienação entendida como a projeção da essência humana num ser superior, estranho e separado dos homens, um poder que os domina e governa porque não reconhecem que foi criado por eles próprios.  Indo além, tem-se o fetichismo onde as coisas existem em si e por sí (fetichismo mercadológico) e a reificação no qual os seres humanos são transformados em coisas.
              Nas palavras de Chauí, Alienação, fetiche e reificação são elementos que vivificam a ideologia, pois as atividades humanas começam a se realizar como se fossem autônomas ou independentes dos homens e passam a dirigir e comandar a vida dos homens, sem que estes possam controlá-las. São ameaçados e perseguidos por elas.
              Da tríade alienação fetiche e reificação nasce à ideologia propriamente dita significando o sistema ordenado de ideias ou representações e das normas e regras como algo separado e independente das condições materiais, visto que seus produtores – os teóricos, os ideólogos, os intelectuais – não estão diretamente vinculados à produção material das condições de existência.
            Desta forma, a ideologia é o instrumento ideal de dominação social.  No entanto, esta dominação deve ser dissimulada.  Para essa dissimulação é que aparece a figura do Estado sendo este, no aspecto ideológico de Hegel, a síntese do interesse geral, porém, Marx o coloca como a forma pela qual os interesses da parte mais forte e poderosa da sociedade (a classe dos proprietários) ganham a aparência de interesses de toda a sociedade. Em sua dissimulação é imprescindível ao Estado o direito, é ele que dará, através das leis, o caráter de impessoalidade e de anônimilidade ao Estado ideológico. 
 Outro viés da ideologia levantada pela autora é o da forma como as ideias da classe dominante se tornam ideias de toda a sociedade.    Neste processo, embora a sociedade esteja dividida em classe, algo imperceptível para a maioria dos membros da classe dominada, são consideradas validas, verdadeiras e racionais apenas as ideias da classe dominante.  Para dar legitimidade a este processo a divisão de classe é negada pela classe dominante, através de uma igualdade formal que dificilmente se materializa.
 Não obstante, para que as ideias da classe dominante irradiem em meio à classe dominada é fundamental os mecanismos de distribuição destas ideias, para isto são usados à religião, educação, costumes e meios de comunicação disponíveis, sendo este um dos mais eficientes.
 Após fundar o conceito de ideologia perpassando pelos diversos momentos históricos de aplicação e reconstrução deste conceito no transcorrer da história a obra solidifica em base materialista os principais fundamentos do fenômeno da ideologia na contemporaneidade.
Assim, a ideologia tem alicerces na divisão do trabalho (trabalho manual /intelectual) transparecendo autonomia do trabalho intelectual face ao trabalho manual.  Esta autonomia se converte em autonomia dos intelectuais pensadores.  As ideias, autonomizadas, produzidas desta separação parecem surtir efeitos, não somente sobre a classe dominada, mas sobre todos os homens.  
A leitura desta obra é de grande importância uma vez que possibilita um olhar mais crítico, além das aparências e, com isso, a percepção de que a pensamento ideológico encontra-se impregnado nos mais diversos campos de nossas vidas nos tornando “alienados” e massa da história, quando somos ou deveríamos ser sujeitos da história.